Bem-vindos!





O blog foi desenvolvido com o objetivo de mostrar a outras pessoas meus textos, não-textos, viagens, lombras, idéias, não-idéias, poesias ou algo parecido ou nada parecido :P

Espero que gostem, entendam, compreendam e, se possível, reflitam nas horas vagas ou nas vagas horas do nosso cotidianO :P

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DeuS

Deus,

Afasta de mim essas energias famintas
Livra minha mente dos holocaustos cerebrais que vêm sem aviso
Alivia meu coração dessas escurecidas nuvens que tentam chover na minha paz
Ajude-me a cultivar o amor que transpira por minhas veias e escorre entre lágrimas
Que eu consiga entender melhor as respostas para tantas informações
Que eu aceite com mais sabedoria o contexto aplicado a mim
Que eu agradeça mais por tantas vantagens
Por tantas oportunidades
Que muitas vezes nem percebemos como merecimento
Olhamos sempre para cima, admirando os luxuosos edifícios
E nem sequer reparamos na plenitude do céu
Na beleza das nuvens
No mistério do universo...
Desejamos sempre ganhar mais e ser mais
Almejamos o degrau mais alto
E não nos damos conta de que tantas pessoas sonham com nossa altitude
Com nossa condição
Muitas e muitas vezes duvidei
Passei minutos de completa angústia e profundo vazio
Discuti com minhas crenças
Discordei dos meus princípios
Senti-me puxado para o mundo dos valores materiais
Presenciei a densidade desse mar de ilusões
Desse mundo de divergências
Dessas cenas teatrais que insistem em perdurar
Desses atores que encenam no palco da vida
Agregando mais esmero e competição
A cada batalha traçada
Mas aí vem o livre arbítrio
Com sua face divina
E tempera o jogo da vida....
Então...jogai-vos...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hipocrisia do Se

Se eu não fosse cego, enxergaria toda essa miséria
Se eu não fosse burro, entenderia o mundo
Se eu não fosse surdo, ouviria tuas lágrimas que caem
Se eu não fosse egoísta, ajudaria-te com meu pão
Se eu não fosse pobre, compraria teus problemas
Se eu não fosse aleijado, moveria o mundo
Se eu não fosse ganancioso, contentaria-me com o suficiente
Se eu não fosse tão ocupado, daria mais atenção aos outros
Se eu não fosse o que sou, seria mais...

Se eu fosse mais rico, ajudaria alguém...
Se eu fosse menos ocioso, estimularia-me a evoluir
Se eu fosse inteligente, salvaria o mundo...
Se eu fosse e não fosse...
Se eu fosse...Se eu fosse...Se eu fosse...

Se o se fosse algo,
Talvez eu fosse...
Ou não fosse...
Mas com tantas dúvidas,
é melhor esperar que eu seja
para evoluir...
né???!!!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sem título

O consumo me consome
As idéias gritam na minha cabeça
As perturbações sentem-se em casa em meio a minha mente
As lágrimas caem por todo o rosto
Limpando o caminho para as próximas
Aproximo-me do verdadeiro caos
As baixas energias se deliciam como em um banquete das trevas
Os risos se tornam confusos
A tristeza monopoliza a alegria
As vírgulas e os acentos anarquizam meu texto
Tudo o que mais gosto vai se desgostando de mim
E aí o texto pára...em respeito à pausa para o desespero...
Em respeito ao entrave da solidão
Em respeito ao desrespeito
O nexo se despede de mim
O bem-estar passa a estar anexo ao meu ser
Podendo se desgrudar a qualquer momento
E aí vejo que o que parecia suficiente não é o bastante
Vejo que já não vejo mais
Sinto que já não sinto mais
Ou vai ver sinto coisas demais
Sinto inveja daqueles pássaros
De poder voar por aí
Sentindo o vento e me aproximando de Deus
Olhando para baixo e vendo o circo de cima
Subindo cada vez mais
E vendo o circo cada vez mais em círculo
Mas o vôo tem volta
E aí eu volto...
Para pisar em chãos que me agradam
E em pisos que me desagradam
E lá vem a pausa de novo...se intrometendo
Beberei um pouco de água
Para compensar tamanha desidratação
E começo a sentir que as músicas perecem mais rapidamente
Que os sonhos se espelham nos pesadelos
E o sono vem...ele tem que vir...graças a fisiologia
Fumo o último cigarro de tantos...
E adormece-se...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Superai-vos

Superai-vos

Super ação

Ação

Inativo

Atividade

Superação

Súbito

Sal

Doce

Azedume

Conquista

Vitória

Glória

Nx Zero...ops...é a força do capitalismo...da banalização da música...ops de novo...voltemos...Restart no texto...

Superar o insuperável...

Suportar o insuportável...

Ser mais doce que o mais amável...

Conquistar o ápice da mais azeda batalha...

Lutar em meio a tantos guerreiros mortos...

Calar a boca dos mais podres de palavra...das palavras mais podres...e mais pobres...

Empobrecer as mais fúteis riquezas alheias...

Enriquecer os meus princípios...

Entupir as gargantas dos mais espertos com suas questionáveis inteligências...

Ultrapassar o limite dos padrões...

Despadronizar o patrão...o padrão...o pagão...não?

Relutar em meio à dança urbana, cheia de passos largos e imprecisos...

Precisar os meus ideais...mas alguém ainda precisa deles?

Necessitar minhas necessidades...

E me saciar...acompanhado da minha grata superação...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lotação de solitários

Estava eu sentado em mais uma cadeira de ônibus
Em meio a mais um devaneio de pensamentos
Causado não sei se pelo ócio do passar das paradas
Ou talvez pela insensatez das tantas coisas que passavam à minha frente...
E comecei a observar mais atentamente a mecanicidade de tudo aquilo
Ou de todos aqueles...ou de todos nós...ou de todos eles...
ou deles todos...tolos? Enfim...(...)...
Os assentos do coletivo diagramavam perfeitamente
o que era tão abstrato em minha mente
Creio eu, ou pelo menos finjo acreditar, que todos ali tinham uma imensa adoração
por janelas...isso porque as cadeiras do corredor estavam todas vazias
Cada um dos tantos que ali habitavam por algumas ou muitas paradas
Tinha como companheiro de assento e destino o vento...
O qual relutava por um diálogo, por um calor tipicamente humano...
Mas não conseguia sequer soprar-lhes aos ouvidos.
Os fones do tão alto mp3 ou 4 ou 5 ou 6 ou talvez até 12, vai saber né...
isolavam acusticamente, de uma forma perfeita,
as orelhas de cada pessoa que ali era transportada
mas o vento não desistia de algo assim tão facilmente...
Tentou arrepiar-lhes as espinhas
que friamente se alojavam naquele coletivo...
mas novamente em vão...
o máximo que conseguiu foi a quebra do isolamento por alguns segundos,
ocasionado pela dúvida que surgiu na mente dos humanos ali presentes...
mas rapidamente o fone voltou ao seu lugar de origem...
O vento, que tanto precisava de calor humano para sobreviver,
relutava contra a frieza...se debatia em meio à fraqueza...
E repentinamente teve a idéia de conversar com as pilhas e as baterias dos tão famosos aparelhos, os quais reinavam naquele contexto silenciosamente ensurdecedor...
Pediu-lhes que adormecessem um pouco, que retomassem suas energias
Para que ele pudesse conversar um pouco com aquelas criaturas que ali estavam...
Sensibilizadas com tal pedido, as baterias e as pilhas, atendendo à súplica feita pelo agora agonizante vento, resolveram descansar um pouco...logo os seres começaram a ficar agitados e impacientes com a interrupção das trilhas sonoras da lotação de solitários...
Prontamente, alguns já sacaram pilhas e baterias reservas das bolsas
e retornaram ao seu mundo...
Outros, não tão precavidos, começaram a sentir algo estranho...fora do comum...fugindo do cotidiano da lotação de solitários...mas resistiram um pouco e já ocuparam a mente com cálculos de dívidas...outros transportaram a mente para um passeio virtual em meio às lojas do shopping, mentalizando quais produtos iriam comprar...alguns outros já vasculhavam as bolsas e os bolsos, na procura por uma ligação que iniciaria alguma discussão telefônica, só para matar o tempo...ou os neurônios...ou os dois né...
Mas alguns poucos, ao se libertarem do próprio mundo, sentiram o aroma do novo ambiente...reparavam agora que havia outras pessoas por perto...existiam outras mentes ali...e bruscamente notaram a presença do vento, que já agonizava em meio à multidão de solitários...e começaram a ouvir o que o vento tinha a dizer...(...)...(...)...

E lá no fundo do ônibus, um jovem analisava a tudo e a todos...
com os olhos de um ser humano...
com a mente de um sonhador...
com os dedos de um escritor...
e com o coração de um poeta...
e, feliz com a libertação de alguns passageiros da lotação de solitários,
conseguiu terminar uma poesia que começara na lua passada
e que não havia ainda terminado:


“ Espinhos que se diziam flores,
Flores que se diziam vento,
Vento que, para alguns, não dizia nada.
Para outros, pronunciava quase nada.
Mas que para os fortes era o começo de tudo.
E de todos...”

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Hoje eu quero ser burro


Hoje eu quero ser burro


Rasgue os meus punhos
Suborne o meu coração
Atente minha alma

Roube minha ira
Engane meu desejo
Traia minha confiança
Cega-me de medo

Mate minha coragem
Destrua minha imagem
Estupre minha vontade
Machuque minha vingança
Iluda minha esperança

Perca o meu amor
Ignore todo o meu rancor
Esmague uma flor

Rabisque um livro
Xingue a sua libido
Menospreze o seu pedido

Não se despeça de quem está partindo
Não ria de alguém rindo

Pise na amizade
Valorize em demasia a vaidade
Assuste-se com a idade

...Normalize sua insanidade...


domingo, 20 de junho de 2010

Encefalograma

Esta é uma possível imagem do que seria obtido num cotidiano encefalograma
Um retrato de algum momento x
Um reflexo do que estaria acontecendo
em algum ou alguns muitos ou poucos segundos na minha mente
Cada elemento na figura tem um ou mais significados para mim
Cada pixel tem sua mensagem a passar
Vai a tentativa de reflexão dos nossos pensamentos
A sabedoria para interligar a imagem ao mundo
O mundo ao contexto
O contexto ao texto
E o texto a tudo que nos tem sido feito
Entenda da forma que lhe convir...interprete do modo que preferir...
e no contexto que a mente permitir...seja legal ou ilegal...de cara ou apenas legal...

Clique no link abaixo para visualizar o resultado do encefalograma
http://farm5.static.flickr.com/4058/4718577585_92760b65b5_b.jpg

sábado, 12 de junho de 2010

Só mais 5 minutos e eu acordo

E lá se vai mais uma vez o bom moço...
Mal acorda e já se vê prestando contas aos seus tabus...
Calça seus velhos chinelos, que já o entretém com seus desgastados debates
Caminha em direção ao banheiro...
Já pensando nas boas palavras que irá proferir nas cordialidades cotidianas...
Enquanto escova os dentes, presencia uma conversa entre seu coração e sua mente,
Que logo se torna um monólogo da racionalidade contemporânea padrão
Sente então o aroma de seus sonhos...
e se perde entre os azulejos brancos da parede à sua frente . . . . . .
mas, subitamente, as notícias matinais ecoadas por algum televisor famosamente profano o sugam dos minutos de reflexão.
Reflete o que já foi digerido...
Digere o que já foi refletido...
E segue...segue...cego...ops...segue...
Segue o caminho inconscientemente decorado...
Decorado de molduras...decorado por repetição...
Depara-se então com algo que o assusta e o surpreende...
Recebe um diferente bom dia...
Proferido por um espelho, que o observa com a expressão que o bom moço não degusta há algum bom tempo...
Mas vem à mente a informação de que tal espelho nunca fez parte daquela decoração...
E passa alguns minutos sentado em sua cama, esforçando-se para recordar...
E o silêncio é quebrado pelo inédito espelho, que então espele suas palavras:
Can't read my!
Can't read my!
No he can't read my poker face!
P-p-p-poker face, p-p-poker face!
P-p-p-poker face, p-p-poker face!

Prontamente suas sinapses nervosas voltam ao fluxo normal e o bom moço se recorda do espelho…
Que agora o fita com os olhos e a expressão mais facilmente reconhecíveis...
E segue então para o trabalho...um pouco perplexo com o súbito que teve por alguns minutos...mas aliviado por retomar sua (in)consciência...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Discurso a 2


Encare-me pelo medo
Ameace-me com sua dor
Pergunte-me suas perguntas
Responda-me com seu rancor

Encoraje-me de coragens
Capitalize seus desejos
Junte-se aos fortes
Conte-me seus ensejos

Cordialize seus prazeres
Cultive suas esperanças
Lute até o fim
com o sorriso das crianças

Plante mais um tempo
Jorre suas lágrimas
Viva o poder
Desamarre suas amarras

Engrandeça os que não correm
Corra da preguiça
Conquiste o obscuro
Escureça sua ira

Odeie seu ódio
Ame o mais falso verdadeiro
Melhore suas crenças
Minimize seu desespero

Falhe menos
Cresça mais
Evolua até o fim
O fim não é só o capaz

Não julgue pelos princípios
Inicie sua verdade
Não minta pelo poder
Envelheça sem idade

Coma por prazer
Presenteie seu coração
Viole seus tabus
Nem sempre dê ouvidos à razão

Perceba melhor o tempo
Trate melhor os outros
Desafie seu orgulho
. . . e recomece tudo de novo . . .

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pergunte a sua (in)sanidade


Caminho em meio ao tempo
Os ponteiros se entrelaçam aos contextos
Contesto o que não me surpreende
Solicito mudanças nos padrões
Contrario suas contradições
Mas o remédio se despede da euforia
Eufóricos e sublimes
Submeto-me aos comuns
Comumente chamados de incomuns
e repentinamente surge o repentino
Repete-se o que nos torna inéditos
Notícias inéditas
Ditas por olhos que observam o óbvio
Cantada por bocas que enxergam as (con)tradições
Trata-se de destruir a regra geral
Geralmente construída por dedos adestrados
O ritmo se torna frenético
As contestações são tantas
As estrofes do poema lutam para se separarem uma das outras
Ensaiam a estrutura
Combinam a dança das rimas
Mas as idéias transbordam da mais insana mente
A euforia das palavras distoam o tom
E a quebra se torna impraticável
Mas o passo continua na pista
O timbre passa a conter o passo
Passo por muitos passos
A música conversa com os loucos
E a loucura me promete a normalidade
Será então que sabedoria é conquistada com idade?
Ou é mérito das almas que buscam a purificidade?
Ou é mero assunto de alguma disciplina de faculdade?

Pergunte a sua (in)sanidade...